sexta-feira, setembro 23, 2005

Revista da Imprensa 23 Setembro 2005

Hoje mais do que ver o que os jornais falam do nosso Futebol ( onde falam de Carvalhal, Carvalhal e mais Carvalhal ) e outras modalidades Azuis, é para mim mais importante ver o que escrevem sobre o nosso 86º Aniversário, nesse aspecto de salientar e aplaudir o brilhante artigo de Rui Dias publicado no Record :
- " 86º ANIVERSÁRIO DE UM BALUARTE DO DESPORTO
Belém em festa
O Clube de Futebol “Os Belenenses” comemora hoje o 86º aniversário de uma vida intensa e recheada de êxitos, que deixou marcas indeléveis no desporto português. Fundado pela ousadia de quem pretendia uma bandeira que impulsionasse o sonho, o Belenenses tornou-se uma das maiores potências desportivas nacionais e fonte geradora de grandes atletas que fazem parte do imaginário popular e ficarão ligados eternamente à história do País.
Torres de Belém
Um processo com origem num dos fundadores do clube: Artur José Pereira, o mais extraordinário futebolista português da primeira metade do século XX, impulsionador de uma escola que gerou craques inesquecíveis como Augusto Silva, César de Matos e Pepe (Olímpicos em 1928 em Amesterdão). Sempre enquadrado por uma lógica de grandeza que, em certas etapas do percurso, lhe conferiu o estatuto de terceiro clube português, o Belenenses consumou em 1946 o maior feito da sua vida ao conquistar o título nacional. Uma formação perpetuada pelas torres de Belém (Capela, Vasco e Feliciano), guiada por um maestro genial (Mariano Amaro) e deslumbrante pela arte de um avançado extraordinário (Artur Quaresma).
Matateu
Seguiram-se os anos 50, dominados pela imponente figura de Matateu, o maior fenómeno que o futebol português produziu fora da esfera de Benfica, Sporting e FCPorto. A seu lado brilharam outros nomes inesquecíveis, de entre os quais se salientam Miguel Di Pace e Vicente Lucas, o irmão mais novo, que havia de ser Magriço em 1966 e um dos melhores centrais de sempre em Portugal. Quando o viu partir dos relvados, depois de grave acidente de viação, pouco depois do Mundial inglês, o Belenenses perdeu aquela que foi a sua última contribuição grandiosa para o futebol português.
Desde 70
A partir de 70, o clube viveu de ciclos melhores e piores, mas nunca perdeu a base de sustentação mais forte: a grandeza de um passado que resistiu a três viagens impensáveis à II Divisão. No momento de cumprir o 86º aniversário e ao cabo de muitas partidas que o tempo lhe pregou, o Belenenses vive feliz e olha para o futuro com optimismo. Nem todos podem dizer o mesmo.
Autor: RUI DIAS
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