domingo, julho 17, 2005

Balanço do estágio por Carlos Carvalhal no jornal O Jogo

Entrevista do jornalista Francisco Frederico no Jornal O Jogo que pode ser lida na totalidade em
http://www.ojogo.pt/21-146/artigo482741.htm
- "Carlos Carvalhal : Empenho dos jogadores foi fantástico"
No final de um estágio cor-de-rosa - no sentido de ter corrido às mil maravilhas, entenda-se... -, Carlos Carvalhal mostrou-se muito satisfeito com o grau de empenhamento e atitude dos jogadores, que na sua opinião foram enviando sinais de maturidade para o exterior ao colocarem, repetidas vezes, os interesses colectivos à frente dos individuais.
PERGUNTA Que balanço faz do estágio?
CARLOS CARVALHAL Viemos para aqui com objectivos bem definidos. Escolhemos um local absolutamente fantástico para o trabalho - tivemos também sorte com o clima, pois o calor só apertou um pouco nos últimos dias -, e pudemos concentrar-nos única e exclusivamente naquilo que havia a fazer e era importante. Depois, tínhamos outra meta: criar um espírito de grupo muito forte. Parece-me existir um ambiente muito bom no seio da equipa e foi com agrado que li aquilo que os atletas foram dizendo sobre esta matéria, além do facto de, várias vezes, terem colocado o eu colectivo à frente do eu individual. Esse objectivo foi atingido na plenitude: basta dizer que não tivemos um único indício sequer da mais pequena ponta de indisciplina.
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"Adversários fortes para detectar debilidades"
P Não foi possível agendar um jogo para um primeiro teste à equipa. Isto veio atrapalhar o planeamento ou não?
R Era importante - mas não fundamental - por causa dos jogos que vamos ter para a semana. Para nós, nesta altura, os resultados não são importantes, mas sim jogar para ganhar. Mas tendo em conta que vamos encontrar adversários (Mónaco e Toulouse) já com quatro, cinco jogos feitos, e prestes a começar o seu campeonato, evidentemente que ter um jogo seria importante no sentido de minorar o impacto nos nossos jogadores ao defrontarem equipas de elevado nível e bem preparadas.
P E isso preocupa-o?
R Não. Aliás, escolhemos adversários fortes justamente para conseguirmos detectar rapidamente eventuais debilidades na equipa.
Queremos a pressão de lutar por algo que nos enobreça"
P O presidente da SAD veio recentemente apelar à serenidade. Considera que tem havido demasiada euforia em torno da equipa?
R Em parte, sim. Acima de tudo, queremos que as pessoas andem motivadas, nos apoiem e acreditem que a equipa está com vontade e tem qualidade para fazer um bom Campeonato. Agora, é importante dizer às pessoas que há muitas equipas com os mesmos objectivos do que nós e este é um percurso para se fazer em sensivelmente nove meses. Vamos ter muitos imponderáveis pelo caminho de certeza absoluta, vamos ter momentos menos bons, mas estamos convencidos de que, sendo os objectivos elevados e com uma atitude competitiva boa, vamos conseguir atingi-los.
P É uma meta realista?
R Nunca parti para um trabalho em que não tivesse consciência de que estava a tentar lutar por algo atingível embora obrigando à superação. Até agora nunca deixei de o fazer. Mesmo no ano passado. Porque, na minha opinião, não se pode dar um passo maior do que as pernas. Sentimos que há condições, temos atletas motivados, queremos objectivos altos, e queremos também essa pressão de andar a lutar por qualquer coisa que nos enobreça. Mas o grupo está consciente de que será um caminho muito difícil e é para isso que temos de preparar os adeptos, sobretudo para estarem connosco nos momentos mais complicados. Temos de saber gerir as emoções e expectativas.
"90 por cento dos exercícios visaram o golo"
P A linha atacante foi renovada quase por completo e com atletas de reconhecida a qualidade. Vamos ter um Belenenses mais goleador?
R O principal é que haja equilíbrio. Pelo nosso tipo de trabalho, não podemos dizer que a equipa seja ofensiva ou defensiva. Queremos que ela seja eficaz a defender, a atacar e se comporte bem nos momentos de transição, sempre com uma ideia colectiva de jogo. De qualquer forma, quem acompanhou os nossos treinos reparou que, se calhar, 90 por cento dos exercícios visaram o golo.
"Onze pode ter média de altura significativa"
P O plantel ganhou bastante em altura este ano. Foi uma preocupação no critério de contratações?
R De facto, se quisermos, podemos fazer um onze com uma média de alturas significativa. Houve essa preocupação para os lugares chave, como na zona defensiva e no eixo central. Fez parte de um enquadramento táctico daquilo que queríamos para esta época, tal como a questão da polivalência
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"O capitão de equipa é o Marco Aurélio"
P Quando é que será escolhido o capitão de equipa?
R O capitão é o Marco Aurélio. Faltam os vices, mas isso é uma situação ainda a resolver. No ano passado, o Marco era um dos capitães, este ano é o capitão. Ponto final.
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