quarta-feira, abril 20, 2005

LIGA: «O grande simulacro»

Com a devida vénia publico o artigo do Site do Clube assinado por MB
O futebol português foi mais uma vez brindado com um conjunto de decisões da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, desta vez a cargo da Comissão Disciplinar, próprias de um país em perfeito estado de «simulação» de existência…
Vem isto a propósito do castigo aplicado ao exemplar jogador de futebol profissional de «Os Belenenses» SAD em que, por alegada simulação durante a partida realizada em Outubro de 2004, frente ao Sporting no Estádio Alvalade XXI.
Determina o artigo 122º do Regulamento Disciplinar da Liga, no seu número 3, que «O jogador que use de simulação, com intuito de enganar o árbitro e que com isso venha a beneficiar a sua equipa, relativamente ao resultado de um jogo, ou a prejudicar adversários ou a equipa a que ele pertença, é punido com multa de € 250 a € 500 na primeira infracção, e multa de € 1.250 a € 2.500 em caso de reincidência.», precisamente aquele que serviu para punir o atleta Marco Aurélio Siqueira.
Ora para quem tenha visto a imagens, mesmo que as não tenha revisto, é perfeitamente claro não existir qualquer intenção de simulação, antes um natural e simples tropeço entre dois jogadores, no caso com Liedson que foi também erradamente no jogo advertido com o cartão amarelo.
Perante tais factos não nos resta senão perceber que terá a Comissão Disciplinar decidido com base em imagens «simuladas», sabe-se lá por quem e com que objectivo, também punir ao abrigo do mesmo regulamento disciplinar. Ou terá sido apenas uma simulação de final de época quiçá para ajustar o orçamento da própria Liga? Será que o saldo final de exploração da época pecava por um deficit de 300 euros? Fica aqui a «simulação» dos eventuais motivos…
Mas analisando as diversas e restantes decisões de 15 de Abril desta mesma Comissão Disciplinar chegamos à conclusão que afinal as simulações não se ficam por aqui:
São arquivados inúmeros processos relativos a declarações de dirigentes desportivos a órgãos de comunicação social falada (rádio), escrita (jornais e sites oficiais) e até televisiva, dando a nítida sensação que também a esses meios audiovisuais chegaram as transmissões e edições simplesmente «simuladas» …
É arquivado um processo onde um observador de arbitragem havia confessado publicamente ter violado os regulamentos da sua actividade, prontamente confirmados (os regulamentos) pelo próprio presidente dessa mesma Comissão de Arbitragem.Face a um telefonema simulado, a uma simulação de inquérito, a uma simulação de interferência externa num relatório só restava mesmo simular que tudo não passou de um qualquer mal-entendido …
afinal tratava-se apenas de uma simulação de um observador sério e competente, superiormente dirigido por uma «simulação» de um presidente de uma «simulação» de uma Comissão de Arbitragem que, para além de ser parte integrante de uma «simulação» de Liga Profissional, é superintendida por um presidente que se simula existir face a um impedimento legal decretado por um tribunal civil.
Não satisfeita, a Comissão Disciplinar decidiu ainda uma espécie de amnistia colectiva (para alguns) em relação a ocorrências do foro da conduta desportiva, a bem da paz entre os agentes desportivos. Mais uma vez se prova que o clima de agressividade, intranquilidade e guerrilha instaurada no futebol português não passa afinal de mais uma simulação…
No final só podemos chegar à tranquilizadora conclusão que tudo está bem no futebol português e que os factos ocorridos ao longo do tempo não passam de um enorme simulacro daquilo que seria uma Superliga surrealista e de competições profissionais num país que não existe! Felizmente que acordámos de um pesadelo!
Ufa!
Estávamos todos a ficar deprimidos ....

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