segunda-feira, outubro 24, 2005

O RAPAZ DA PRAIA

PEPE estreou-se na primeira categoria do Belenenses em 28 de Fevereiro de 1926 nas condições diversas vezes descritas pelos saudosistas e também, por aqueles que nos transmitem a história dos clubes guardada na memória. Há ainda os que se atrevem a pôr no papel a cultura oral colhida aqui e ali, caso de Acacio Rosa, que no seu livro “ História do Belenenses” conta aquela estreia, ocorrida nas Amoreiras, contra o Benfica. Pepe fez o golo da vitória no derradeiro minuto na marcação de uma grande penalidade. Augusto Silva, “capitão” da equipa, confiou no elemento mais jovem do grupo desgastado pela recuperação que operou no ultimo quarto de hora da partida virando o resultado de 1-4 para 4-4 . E Pepe marcou o ponto do triunfo, iniciando assim uma carreira extraordinária, terminada a 24 de Outubro de 1931.
Apenas durante cinco anos, foi o ídolo dos belenenses e o temido, nas respeitado adversário dos outros clubes. Foi “internacional, ganhou o Campeonato de Lisboa em 1926,29 e 30, foi Campeão de Portugal em 1929. Participou em 140 jogos. Assistiu ao crescimento do seu Clube. Viu-o passer do Campo do Pau de Fio para as Salésias facto importante na vida do Belenenses, que aconteceu em 29 de Janeiro de 1928. Acompanhou-o das acanhadas instalações da Rua Vieira Portuense para uma sede condigna na Rua da Junqueira. Ajudou a projector um simples Clube de bairro que tivera um princípio agitada e, também, contrariado.
Na época de 31/32, o Belenenses voltou a conquistar o título de Campeão de Lisboa. A fotografia comemorativado feito mostra os jogadores com o sinal de luto nos braços.
Neste mesmo ano foi inaugurado nas Salésias, durante as comemorações do aniversário do Clube, o monumento a Pepe, transferido para o Restelo quando o Belenenses foi obrigado a abandonar as Salésias., facto que encerra um ciclo brilhante da vida da colectividade belenense, fundada e sublimada por homens com a estatura de José Manuel Soares, um dos rapazes da praia.
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