quarta-feira, março 16, 2005

Como publicar as derrotas do poder instituido

Decidi publicar um excerto dum artigo como sempre exclente do nosso Homero Serpa no Jornal A Bola no seguimento da derrota do FCP no passado Domingo:
-"O dragão ofendido

QUANDO o Belenenses venceu o Benfica, por 4-1, muitos adeptos do grande jogo, afora os que no peito ostentam a águia, rainha das alturas, exultaram com o desfecho singular do desafio, qualificando-o como uma vitória do futebol, e desta filosofia, provavelmente farisaica, nós retiramos a ideia de que a derrota, mais a mais expressiva, de um dos clubes chamados grandes, candidato aos títulos nacionais e internacionais, aos pés dos menos mediáticos, tem direito a festa e aos maiores elogios por significar a pedrada no charco da mesmisse que tem caracterizado a luta sempiterna entre os poderosos e os que vivem num socalco menos florescente da vida futebolística obviamente filha legítima da nossa sociedade. Matrucou-se o triunfo dos Belenenses mais como escarmenta ao Benfica do que como elogio a quem o merecia, ainda mais por não ter sido a única vez no historial dos dois clubes nascidos em bairros propínquos da velha Lisboa, que resultados anormais se destacaram do lógico.
Mas, neste aspecto doloroso para quem ama emblemas de menos amplitude e, até, em relação aos jornalistas menos influenciáveis pelas grandezas refulgentes, a diferença de perspectivas tem uma justificação e uma intenção, pretende-se transmitir ou extrapolar notícias, feitos e factos à medida das audiências.
Afinal de contas, respeita-se a população das grandes audiências, tentando servir, embora sem a mesma generosidade, os restantes leitores.
É a lei do mais forte a influenciar noticiários e crónicas?
É a lei do mais forte, é um exemplo darwinista?
........."

Pessoalmente tenho alguma esperança que a Direcção vindoura ( seja ela lista A ou lista B ) possa trazer algumas mudanças no actual status quo da relação da imprensa para com o nosso Clube e a sua visibilidade.
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